Junta de Freguesia de Vila do Porto Junta de Freguesia de Vila do Porto

História

Vila do Porto é uma freguesia semi - urbana do concelho da Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, na Região Autónoma dos Açores. Tem uma superfície total de 26,04 km2 e 3 012 habitantes (Censos 2021), o que corresponde a uma densidade populacional de 115,7 hab./Km2. Possui um aeroporto internacional e porto comercial.

É a freguesia mais antiga do arquipélago e localiza-se na costa oeste da ilha. Tem como limites o oceano Atlântico, a norte, oeste e sul e as freguesias de Almagreira e São Pedro a este. Vila do Porto é integrada pelos lugares de Vila, Salvaterra, Fornos, Valverde, Pedras de São Pedro, Flor da Rosa, Cruz Teixeira, Santana, Aeroporto e Anjos.

O seu núcleo histórico apresenta duas zonas distintas: a primeira zona (fig.1), abaixo da Igreja Matriz, mantém o traçado primitivo das suas ruas de cariz medieval; a segunda zona (fig.2), a mais recente, acima da Matriz, o casario desenvolve-se ao longo de uma rua comprida e espaçosa.


                                                                                                            

Fig.1- Zona habitacional com cariz medieval                                                                                      Fig.2 - Zona habitacional de cariz contemporâneo


Vila do Porto  "O Nascimento"


Frei Gonçalo Velho, fidalgo da Casa do Infante D. Henrique e Comendador da Ordem de Cristo, chegou à Ilha de Santa Maria a 15-VIII-1432 . Na cartografia do século XIV, é chamada de "Ilha dos Lobos", sendo a primeira povoação mariense fundada nas margens da Ribeira do Capitão, atualmente conhecido por Santana, localizada a pequena distância da Praia de Lobos onde a primeira expedição desembarcou. Foi sede da primeira Capitania das ilhas dos Açores, inicialmente abrangendo as ilhas de Santa Maria e de São Miguel.

O povoado do Porto terá sido fundado em 1450, por Fernão de Quental, numa lomba soalheira da costa Sul frente a ampla enseada. Vila do Porto nasceu com o primeiro foral dos Açores cerca de 1470.

Sobre a sua população, Gaspar Frutuoso, nas Saudades da Terra, refere: "É povoada esta Vila e toda a ilha de gente muito honrada e muitos tem fidalguia por suas progénies, e outros por [a]lianças de casamentos com os Capitães e seus filhos, de que nasceram fidalgos. Todos os homens honrados, naturais da terra, quase geralmente são altos de corpo, bem dispostos e bem proporcionados, de bons e graves rostos e boas fisionomias, presumptuosos [sic] e amigos de honra, como o deve ser qualquer homem honrado."


Como factos históricos, destacam-se algumas datas de batalhas e combates que fustigaram a ilha e consequentemente a vila:

Em 1480, uma nau castelhana desembarcou vários homens , armados de arcabuzes, chegando a afirmar-se que aprisionaram o próprio capitão João Soares.

Em 1493 , Colombo aportou ao norte de Santa Maria, na viagem de regresso da América. A sua Nau abrigou-se nos Anjos, onde a tripulação desembarcou, para ouvir a missa na igreja de Nossa Senhora.

Durante os Séc. XVI e XVII, esta vila foi atacada pelos piratas que vinham de Marrocos e pelos corsários franceses e ingleses, para apresarem as naus e galeões carregados de ricas mercadorias provenientes da Índia e do Brasil, que faziam escala nas ilhas dos Açores.

Em 1576, três navios franceses desembarcaram centenas de marinheiros que travaram duros combates com os moradores e incendiaram Vila do Porto, sendo derrotados quando chegaram reforços da ilha de São Miguel. Este é conhecido como o combate de Santo Antão.

Em 1589, corsários britânicos atacaram com os canhões de duas naus, seguido do desembarque de piratas que escalaram a Rocha da Conceição. Estes foram derrotados pelos marienses sob o comando do capitão Brás Soares e com o grade contributo do padre Manuel Corvelo, que levantou o animo dos naturais com a imagem de Nossa Senhora.

Em 1616, uma forte esquadra acometeu Vila do Porto ao mando do renegado genovês Tabaqua-Raz. Incendiaram igrejas e casais e até o próprio convento de São Francisco. Quando a ilha se libertou, o capitão Brás Soares, em ação de graças, mandou edificar uma capela invocada à Senhora do Livramento.

Em 1675, houve novo ataque de piratas do Mogrebe , entrando pelos Anjos. Ainda hoje se guarda na Câmara Municipal uma vara de ferro que era o chicote com que os mouros flagelavam os indefesos moradores.

Já no séc. XX, no ano de 1901, Vila do Porto recebeu a visita régia de D. Carlos I de Portugal e de Dona Amélia. No ano de 1908, quando ainda vigorava o regime monárquico em Portugal, o partido Republicano elegeu em Vila do Porto a sua primeira Câmara Municipal.

Em 1918, na Primeira Grande Guerra Mundial, foram muitos os náufragos que aqui aportaram , vitimas dos torpedeamentos dos submarinos germânicos. Também o primeiro salva-vidas com os restos da heroica tripulação do Augusto Castilho, chegou ao porto desta vila. Em sua honra, foi levantado um padrão de guerra na praça de armas do antigo Forte de São Brás.


Em 1944, com a construção do seu Aeroporto internacional, primeiramente servindo a Base Aérea dos Estados Unidos e em 1946 aberto ao tráfego aéreo civil, a Freguesia de Vila do Porto adquiriu nova dinâmica, urbana, económica e cultural.


Fontes:

"Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira", volume XXXV

https://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_do_Porto

https://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_do_Porto_(freguesia)


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