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Património Cultural

Quonset hunt

No contexto da Segunda Guerra Mundial, em 1941, a Marinha dos Estados Unidos da América identificou a necessidade de dispor de abrigos ligeiros, multi-funções, que pudessem ser enviados rápida e facilmente a qualquer ponto do mundo e aí pudessem ser montados sem o recurso a mão-de-obra especializada. A ideia inicial foi a de recorrer a abrigos Nissen, um conceito desenvolvido à época da Primeira Guerra Mundial, testado e aprovado em seus aspetos logísticos e operacionais em campanha.

Inicialmente, o nome da nova estrutura foi simplesmente "16' x 36' Hut" ("Abrigo de 16 por 36 pés"), sendo acompanhado por documentação que o descrevia como "Nissen Type Hut for Temporary Aviation Facilities" ("Abrigo tipo Nissen para instalações temporárias de aviação"). Prevaleceu entretanto, a sua designação popular de Quonset hut. Outras fontes referem que, dada a semelhança da estrutura com as tendas longas usadas pelos Iroqueses, o nome "Quonset", também de origem ameríndia, foi bem aplicado, sendo crença comum que se tratou de uma decisão deliberada e não, como realmente aconteceu, um resultado do acaso.

A evolução do projeto levou a que as dimensões-padrão fossem alteradas para 6 x 15 metros (20 x 48 pés), com um raio de curvatura de 3 metros, permitindo uma área coberta útil de 67 m². Um modelo também muito usado permitia a colocação de uma proteção contra a chuva e a insolação direta de 1,3 m em cada topo. Sendo construídas com uma conceção totalmente liberta de paredes ou suportes interiores, a estrutura era facilmente adaptável permitindo o seu uso como caserna, enfermaria, escritórios, pequenos armazéns ou paióis, cantinas, ginásios ou mesmo como habitações familiares.

O Quonset hut atualmente é considerado como um dos conceitos arquitetónicos de maior sucesso e como um marco da capacidade criativa estadunidense, ao lado do jipe e do Douglas DC-3, todos compreendidos entre as criações mais geniais das décadas de 1930 e 1940.

Das centenas de exemplares que foram construídos na década de 40 no Aeroporto de Santa Maria, hoje ainda se podem ver alguns exemplares que servem de habitação familiar em estado avançado de degradação, desadequadas da forma de viver atual, nomeadamente ao nível sanitário e de conforto.



Padrão dos Descobrimentos

Situado no Largo de Nossa Senhora da Conceição, da autoria de António Alcântara de Mendonça Dias, foi inaugurado em 15 de Agosto de 1932. Posteriormente, a 11 de Julho de 1960, recebeu uma palma de bronze, símbolo das comemorações em homenagem ao Infante Dom Henrique então promovidas em todo o país.



Ermida de Nossa Senhora da Boa Nova

Casa solarenga constituída por dois corpos habitacionais articulados pela capela que fica entre ambos. As respetivas fachadas sucedem-se ao longo da rua. A capela integra o conjunto do solar de João Falcão de Sousa, capitão do donatário de Santa Maria a partir de 5 de Setembro de 1654 e superintendente das fortificações da ilha. A mesma foi erigida por iniciativa do próprio Capitão e de sua mãe D. Margarida de Sousa, tendo-lhe sido dado património por uma escritura pública datada de 6 de Abril de 1657.

Ao final do século XX encontrava-se em ruínas, tendo o conjunto sido protegido pelo Decreto Legislativo Regional nº 22/92/A, de 21 de Outubro de 1992.

Desde 2010 o conjunto sofreu extensa intervenção de consolidação, sendo requalificado como Biblioteca e Arquivo Público Municipal. A obra foi inaugurada em 23 de Abril de 2011.



Padrão da Grande Guerra

Localizado no centro do terrapleno do Forte de São Brás, este padrão é uma homenagem aos tripulantes do Caça-Minas Augusto de Castilho, cujo primeiro grupo de sobreviventes em um salva-vidas, aportou à ilha em 16 de Outubro de 1918. Este padrão, cuja autoria do projeto é atribuída ao arquiteto Raul Lino, foi inaugurado em 4 de Outubro de 1929.

Executado em pedra, divide-se em oito lóbulos, encimado por uma esfera armilar. Na sua base encontra-se inscrita a data do feito - "14-10-1918" - e, nos fustes, o verso de Luís Vaz de Camões: "E AQVELES QVE POR OBRAS VALEROSAS / SE VÃO DA LEI DA MORTE LIBERTANDO". Tem uma altura de 4,80 metros.



Forte de São Brás

Construído em posição dominante no sítio de Cimo da Rocha, junto à Ermida de Nossa Senhora da Conceição, tinha a função de defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do Oceano Atlântico. Santa Maria, mesmo relativamente afastada das rotas das naus que retornavam das Índias e do Brasil, foi por diversas vezes atacada por corsários (Franceses em 1576, Ingleses em 1589 e Mouros em 1616 e 1675) em busca de suprimentos, e que aproveitavam as incursões para destruírem solares, conventos, igrejas e ermidas, e capturar prisioneiros, escravizados ou, posteriormente, resgatados a bom preço.

De acordo com o cronista seiscentista Gaspar Frutuoso, que descreveu as diferentes incursões de corsários à ilha sem fazer qualquer referência a esta fortificação, a mesma não existia por volta de 1581-1582.

Desse modo, acredita-se que remonte ao início do século XVII, ou mesmo à segunda metade do mesmo século, quando o Capitão-mor de Santa Maria, João Falcão de Sousa, exerceu o cargo de Superintendente das Obras de Fortificação da ilha. Foi reconstruido e reinaugurado em 11 de Dezembro de 1966.

Está incluído na Zona Classificada de Vila do Porto, conjunto classificado no grau de Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto Legislativo Regional nº 22/92/A, de 21 de Outubro de 1992.





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