Ermida de São Pedro Gonçalves Telmo
São Pedro Gonçalves Telmo é o padroeiro dos homens do mar. A sua devoção difundiu-se a partir das Grandes Navegações, ligada ao chamado "Corpo Santo", as faíscas azuladas por vezes observadas no topo dos mastros das embarcações durante as terríveis tempestades marítimas e que também foi chamado de "fogo-de-santelmo".
Ainda antigamente, durante a festa em homenagem ao padroeiro, a irmandade distribuía o chamado "pão do fastio", um pão bento, muito procurado pelos homens do mar e pelas gestantes como remédio contra o enjoo. A tradição ligava esse pão a um milagre atribuído ao santo, quando pregava o dogma da Santíssima Trindade.
A primitiva ermida remonta ao século XVI. Terá sido ampliada no século XVIII, em 1733, conforme inscrição epigráfica no frontispício. No chão da ermida, lajes numeradas atestam a existência de enterramentos no local.
Está incluída na Zona Classificada de Vila do Porto, conjunto classificado no grau de Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto Legislativo Regional nº 22/92/A, de 21 de Outubro de 1992.
A festa do padroeiro é comemorada, anualmente, a 4 de Setembro.
Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia
Também denominada como Igreja de Nosso Senhor dos Passos situa-se no centro histórico de Vila do Porto. O conjunto, em alvenaria de pedra rebocada e caiada, é constituído por três corpos dispostos ao longo da rua, correspondendo o central à nave, o lateral esquerdo, recuado, à capela-mor, e o lateral direito, também recuado, com dois pavimentos, a um anexo.
O interior apresenta nave única, de planta retangular, separada da capela-mor, também de planta retangular, por um arco triunfal em pedra. De ambos os lados do arco, cortando os ângulos da nave, erguem-se altares com retábulos. Na parede do lado da epístola, encontra-se um púlpito com guarda de balaústres e guarda-voz em madeira.
A igreja abriga um retábulo de Santa Isabel, e uma imagem do Senhor dos Passos, considerada como uma das mais belas dos Açores.
Desta igreja sai, anualmente, desde 1707, a tradicional procissão do Senhor dos Passos.


Ermida de Nossa Senhora dos Anjos
Situada no lugar dos Anjos, é provavelmente o mais antigo templo da ilha e dos Açores. Erguida em 1439, primitivamente em madeira com cobertura de palha, foi reerguida em alvenaria de pedra entre 1460 e 1474. Ao final do século XIX sofreu obras que a restauraram (1893), conferindo-lhe a atual feição.
Encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público pela Resolução nº 58, de 17 de Maio de 2001.
Diante da ermida, isolada sobre o canto direito do murete do adro, ergue-se um campanário em alvenaria de pedra, tendo junto à base uma inscrição hoje ilegível. Vizinho a ele ergue-se um idoso espécime de araucária. No exterior, nos fundos, adoça-se um "teatro", de planta retangular delimitado por um murete.


Recolhimento e Ermida de Santo António
Interessante conjunto monástico fundado no séc. XVII, abriga hoje a sede da Associação Juvenil de Santa Maria. Em alvenaria de pedra rebocada e caiada, é constituída por dois corpos de planta retangular, formando um "L", e por um corpo torreado de planta quadrangular (correspondente à antiga capela-mor), adossado ao topo do corpo retangular maior (correspondendo à antiga nave da igreja). No extremo esquerdo da fachada do corpo da nave encontra-se um campanário com dois vãos rematados em arco de volta perfeita sobre impostas, encimado por uma cornija. Sobre a cornija, ao eixo do campanário, apoia-se uma cruz. O portal, rasgado a meio da antiga nave, é encimado por um frontão com o vértice quebrado, em cujo tímpano se encontra uma pedra com um relevo muito deteriorado e a inscrição "ANNO D 1693".
Convento de São Francisco
Originalmente designado como Convento de Nossa Senhora da Vitória, localiza-se no largo de Nossa Senhora da Conceição. Destruído por corsários em 1616, nove anos após a sua fundação, foi reedificado em 1725 e ampliado em 1822. A igreja de Nossa Senhora da Vitória, anexa ao Convento, possui capelas que merecem uma especial atenção: a da Ordem Terceira, que apresenta dois retábulos de talha e uma imagem notável de Cristo; a do Senhor do Sepulcro, onde se encontra outro retábulo lavrado, e a das Almas, revestida por valiosos azulejos do séc. XVII, dedicados a Santo António.
O conjunto encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto nº 251/70, de 31 de Julho de 1970, classificação consumida pela sua inclusão no conjunto classificado da Zona Classificada de Vila do Porto, pelo Decreto Legislativo Regional n.º 22/92/A, de 21 de Outubro.



Dedicada a Nossa Senhora da Assunção, é uma das mais antigas dos Açores. O atual templo, com algumas modificações introduzidas no séc. XVIII, remonta ao fim do séc. XV ou princípio do séc. XVI.
O interior está dividido em três naves, separadas por arcos assentes em colunas de pedra vermelha. Atualmente, da primitiva estrutura, restam apenas uma porta lateral em estilo gótico e um teto em estilo manuelino na Capela de Santa Catarina. Apresenta ainda belas imagens flamengas quinhentistas em talha, nomeadamente da Virgem e do Menino.
O conjunto encontra-se protegido pelo Decreto Legislativo Regional nº 22/92/A, de 21 de Outubro.
A partir de 2000 passou por extensa intervenção de restauração e conservação, sendo reinaugurada a 15 de Agosto de 2002.
A festa da sua padroeira comemora-se anualmente a 15 de Agosto, com missa e procissão.